terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Contos de Bar

          Em uma cervejaria, encontram-se José, Maurício, João e César sentados em uma mesa próxima ao balcão. Em meio aos papos, João resolve contar uma de suas histórias.
          - Meus caros amigos, a história que irei lhes contar agora aconteceu há uns oito anos atrás, quando vocês nem sonhavam em me conhecer ainda... Infelizmente, as únicas testemunhas deste fato, sou eu e meu irmão Gérson, que não se encontra mais aqui.
          Estava um dia quente e abafado, então resolvemos acampar na floresta que havia ao Sul de nossa morada...
          Fogueira acessa, barracas montadas e, ao redor, muitas árvores, balançando levemente com a calma brisa...
          Tudo estava calmo... Até que... (Aaaahhh!!!...) Ouvimos um grito... Meu irmão foi o primeiro a saltar e ir em busca do local de origem daquele grito... Capaz que não seria ligeiro em querer ajudar ao ouvir aquela bela voz aveludada, doce, feminina e sedutora...
          Depois de correr por alguns minutos avistei um animal estranho ao longe... Aproximei-me mais para ver melhor...
          O que faz um cavalo solto à essa hora? Espera... (Aproximei-me mais)... Uma zebra por aqui?... Não, não... Pensei comigo, isso é uma Mula...
               - Meu Deus!!! É a Mula Sem Cabeça!!!
                Mas... O que ela faz por aqui sem seu Padre de estimação??
          Foi então que percebi que, abaixo de suas patas, havia um corpo, um tanto mutilado, mas pelas formas dava para perceber que era sim um corpo humano...
            Sem ação, nem reação, fiquei ali parado por alguns instantes. Até que me dei por conta que fazia um bom tempo que, pelo corre pra lá, corre pra cá, eu não me trombava com meu irmão Gérson. Onde será que anda aquela praga numa hora dessas??...
            Continuei a observar aquela cena impressionante da Mula sapateando em cima daquele homem... Em meio ao sapateio, uma das patas acertou em cheio o rosto do pobre homem, virando-o para minha direção...
           Só ai que fui notar... Aquele homem mutilado sob as patas da Mula, era meu irmão... Claro, estava mais vermelho que o costume, de repente por ser sangue e não uma queimadura de sol... E também estava mais rasgado do que quando apartava as brigas no boteco da cidadezinha lá de perto... Mas era ele sim...
         Respirei fundo e resolvi tomar uma atitude. Não podia ficar ali de bobeira assistindo o pisoteamento de meu próprio irmão, mas o que eu poderia fazer nessas alturas do campeonato??
          Depois dessa cena não precisei pensar muito... Resolvi agir por instinto mesmo...
          Dei um berro, comprido e agudo, e corri o mais rápido que pude na direção contrária ao qual eles se encontravam... Quando cheguei em casa juntei minhas coisas e me vim para cá.

Nenhum comentário:

Postar um comentário